Policiais civis não aderem à paralisação em vários estados .


Policiais civis 

Os policiais civis do Rio de Janeiro aderiram à paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (21) e apenas 30% do efetivo dos 12 mil policiais que atuam em todo o estado compareceram nas cerca de 200 delegacias, segundo os dados do sindicato regional da categoria - o Sindpol-RJ. Algumas delegacias estavam com as portas fechadas na parte da manhã e liberando a entrada apenas para os casos mais graves, como homicídios. As pessoas que chegavam para registrar pequenos furtos eram orientadas pelos policiais a retornar no dia seguinte. A reconstituição da morte do dançarino Douglas Rafael, marcada inicialmente para esta quarta (21), na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, foi adiada para esta quinta (22).
Segundo o presidente do Sindpol-RJ, Francisco Chao, o efetivo de policiais que estavam trabalhando estavam registrando apenas os casos emergenciais, envolvendo violência e prisão em flagrante. Ele disse que as Divisões de Homicídio não vão deixar de investigar os casos de morte e de fazer atendimentos. "Estamos mantendo os serviços das DHs pois nos sensibilizamos com as famílias das vítimas", disse Chao.
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Às 19h será realizada uma assembleia para decidir os rumos do movimento. Os grevistas reivindicam uma série de gratificação nos salários, além de implementação nos benefícios de alimentação e transporte. O tema mais enfatizado pelos policias é a melhoria da segurança pública no país.
Em nota, a chefia da Polícia Civil afirmou que mantém diálogo aberto com os representantes da categoria e que as negociações estão em andamento. O texto diz ainda que desde as primeiras horas desta quarta, a cúpula da instituição está reunida e fazendo o monitorando das delegacias - "para adotar as medidas necessárias ao bom atendimento à população", destaca a nota. Orienta ainda que através do Programa Hora Marcada, o cidadão pode pré-agendar o registro de ocorrência pela internet (www.policiacivil.rj.gov.br), exceto para os crimes de roubo de carro e homicídio. 
A paralisação dos policiais civis acontece em vários estados e no Distrito Federal. Segundo a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), entidade responsável pelo ato nacional que reúne policiais civis, federais e rodoviários federais, profissionais de ao menos 16 unidades aderiram à paralisação.
Em seu site, a entidade afirma que Alagoas, Amazonas, Bahia, Brasília, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins estão participando da paralisação. No entanto, em muitos desses estados a categoria não aderiu à paralisação.  
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou na manhã desta quarta (21) que a greve é inconstitucional. "Força armada, seja ela policial ou militar, não podem fazer greve. Esse é um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), ouve dúvidas durante um período, mas esse é um entendimento que está cada vez mais sacramentado. Com certeza, policias que honraram e honram a constituição não ousarão desrespeitá-la", declarou o ministro. 
O presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que, como por omissão do governo o direito de greve do servidor público, em especial dos policiais, não está regulamentado, deve-se usar por analogia a lei da iniciativa privada. “Porém, ressalto que o movimento de hoje não é greve. É uma paralisação de um dia apenas para cobrar do governo medidas efetivas para sanar os problemas da segurança pública”, declarou Gandra.

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