Militar morre após ser encontrado esfaqueado em quartel no Amazonas

Sexta-feira, 23 de maio de 2014


Cabo do 1º BIS morreu após cinco dias internado com facadas no peito.
Família suspeita de homicídio e pediu investigação sobre o caso.

Camila Henriques Do G1 AM

Militar teria sido encontrado insconsciente em banheiro de quartel (Foto: Arquivo Pessoal)

O cabo Emerson Xisto de Alencar, de 25 anos, morreu em um hospital de Manaus cinco dias após ser encontrado inconsciente dentro do 1º Batalhão de Infantaria da Selva (BIS). Ele foi vítima de arma branca. A mãe da vítima suspeita de homicídio e pediu investigação sobre o caso.

A professora Juscelina Xisto de Alencar, de 41 anos, mãe do cabo, contou que ele foi encontrado desacordado, esfaqueado, em um dos banheiros do 1º BIS no dia 15 de maio. Ao G1, Juscelina afirmou que recebeu uma ligação por volta das 13h30. "O oficial dele me informou que ele havia sofrido um acidente. Já no hospital militar, soube que ele estava em coma e que havia sofrido duas paradas cardiorrespiratórias", relatou.

Emerson foi transferido para um hospital particular, no Centro de Manaus, onde morreu cinco dias depois. Segundo Juscelina, as informações sobre o suposto acidente não coincindem com os detalhes repassados pelo hospital e Instituto Médico Legal (IML). "É uma história muito mal contada. Primeiro, me falaram que ele tinha sido ferido com uma facada. Ao chegarmos no hospital, descobrimos que tinham sido duas. Já o laudo do IML diz que foram três", disse. "Só sei que, na sexta-feira (16), um dia depois do ocorrido, os colegas dele já estavam me dando os pêsames e pedindo para desligarmos os aparelhos", acrescentou.

No velório do filho, Juscelina disse que Emerson chegou a reclamar de alguns colegas de quartel. Em uma conversa por telefone, Emerson teria dito que temia pela própria vida. "Ele era muito reservado. Sem citar nomes, me disse que estava cercado de serpentes no quartel e que a vida dele era uma carta marcada", lembra.

A professora também busca informações sobre a origem da faca que vitimou o militar. "Segundo o Exército, a faca está sob jurisdição do quartel. Eles dizem que é uma faca de cozinha, mas um dos peritos afirmou que é uma faca serrilhada, usada apenas pela alta patente do Exército. Além disso, meu filho era canhoto e esse ferimento foi feito por um destro", afirmou. 

A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) investiga o caso. "Não posso acusar ninguém, mas sei que meu filho não se matou. Até que me provem com foto que ele tirou a própria vida, não vou descansar até a verdade aparecer. Se eu precisar 'desencavar' o meu filho dez vezes, que assim seja! Não quero que sujem a imagem de uma pessoa que não está mais aqui para se defender", disse.

Ao G1, o IML confirmou que o jovem foi vítima de arma branca. A assessoria de comunicação do Exército no Amazonas disse que os indícios apontam suicídio pois o cabo estava trancado sozinho, pela parte de dentro do banheiro, quando foi encontrado. No entanto, o caso será investigado em um Inquérito Policial Militar, com prazo de 40 dias, podendo ser prorrogado por outros 20 dias caso haja necessidade. Após a conclusão do inquérito, o documento será remetido ao Ministério Público Militar. Por meio de nota, o Comando Militar da Amazônia (CMA) informou que Exército Brasileiro permanece prestando apoio aos familiares.

Fonte: G1

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