Chefe da defesa aérea da Síria é morto após conflito com rebeldes.

19 Mai 2014

Hussein Ishaq ocupava um dos mais altos cargos militares; confrontos no país matam ao menos 30 soldados do governo

DAMASCO


O chefe da defesa aérea da Síria, o general Hussein Ishaq, foi morto no sábado, após enfrentar confrontos próximos à capital Damasco. Ele foi um dos poucos oficiais militares de alto escalão que morrem na guerra civil que já dura três anos.
Segundo um representante do governo, que falou em condição de anonimato à Associated Press, Ishaq morreu em um ataque de rebeldes à base da defesa aérea da Síria, que fica próxima à cidade de Mleiha.
A morte do general deve esquentar os ânimos dos que lutam contra o governo do presidente Bashar Assad, que enfrentaram retrocessos e perda de território no último ano.
Ishaq foi um dos principais membros do Exército da Síria, disse o analista militar Hisham Jaber, um general de brigada aposentado das Forças Armadas libanesas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, entidade de oposição com sede em Londres, também confirmou a morte de Ishaq, dizendo que ele morreu de ferimentos durante o conflito de sábado.
O Observatório, que prepara seus relatórios a partir de uma rede de ativistas em terra, diz que Ishaq foi morto em confrontos com manifestantes da Frente Nusra, grupo filiado à Al-Qaeda na Síria, e outros grupos de rebeldes islâmicos.
Jaber disse que é provável que Ishaq tenha liderado por semanas uma operação para expulsar os rebeldes de Mleiha.
"É um fato muito importante", disse Jaber. "Ele era extremamente experiente, tinha a mais alta posição militar."
Mas o general libanês aposentado Amin Hoteit, que também acompanha o conflito na Síria, disse ser improvável que a morte de Ishaq tenha algum impacto a longo prazo na guerra do país. Ele diz que esses líderes sempre preparam um sucessor.
Forças de Assad bombardearam pesadamente a área para expulsar os rebeldes de Mleiha. Os rebeldes veem a cidade como um importante local estratégico pela proximidade à capital.
Segundo um ativista em Damasco, a unidade de defesa aérea da Síria disparou foguetes contra Mleiha.
A agência de notícias estatal Sana não reportou a morte de Hussein Ishaq.
Ainda ontem, rebeldes sírios dominaram uma pequena cidade no noroeste da Síria, matando mais de 30 soldados do governo em conflitos que incluíram ataques aéreos, disseram ativistas. De acordo como Observatório, ao menos 34 soldados e quatro rebeldes foram mortos no confronto.
O diretor do Observatório, Rami Abdurrahman, disse que o governo está ansioso para retomar o controle da também afetada cidade de Tel Meleh, já que a região é principalmente habitada por Cristãos e membros da própria seita alauíta de Assad, uma ramificação do islamismo xiita.
Enquanto isso, a oposição Síria é dominada pela maioria muçulmana sunita do país, em um conflito que assumiu conotações sectárias. / AP

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