Atos de hoje colocam segurança em teste .


05 Mai 2014

 

Protestos convocados em dez cidades servirão também para avaliar o poder de mobilização dos organizadores

Fernando Donasci


Com a realização dos 17 protestos contrários à Copa do Mundo que foram convocados para acontecer hoje em diversas cidades do país, governos e manifestantes terão o primeiro teste de fogo - ou de forças - relacionado ao evento. De um lado, os descontentes precisarão mostrar capacidade de mobilizar o país e levar às ruas uma nova versão do clamor ouvido no ano passado. Do outro lado, as forças de segurança precisarão provar que estão treinadas e prontas para evitar distúrbios de grande porte.
Segundo convocações feitas pela internet, haverá manifestações em pelo menos dez das 12 cidades-sede. Estão na lista São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Manaus. Ao que tudo indica, São Paulo será a mais afetada, com cinco protestos, e seus organizadores já alertam para o "maior congestionamento do ano".
Às 6h30m, metalúrgicos convocados por grupos ligados à Força Sindical tentarão fechar vias das zonas Sul, Leste e Oeste. Simultaneamente, a Frente Resistência Urbana, formada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Movimento Popular por Moradia (MPM) e Movimento Lutas Populares (MLP), buscará fechar outras seis artérias. Nenhuma divulgada.
Ao meio-dia, estudantes da USP protestarão na reitoria, e às 14h, os professores municipais, que já estão em greve, marcharão rumo à prefeitura.
O principal ato contra o Mundial está agendado para as 17h. O Comitê Popular da Copa de São Paulo vai às ruas com 11 reivindicações. Entre elas: a realocação de famílias removidas por conta de obras da Copa, a realização de projetos de mobilidade que atendam não só aos torcedores e a implementação do passe livre. Esse ato que, segundo os organizadores deve reunir 15 mil pessoas, teve adesão do Movimento Passe Livre (MPL), o mesmo dos primeiros protestos de 2013.
A prefeitura de São Paulo informou que colocará em prática um plano operacional de contingência para situações emergenciais e que fará um acompanhamento mais intensivo das regiões afetada pelas manifestações. A PM afirmou, por sua vez, que está preparada, mas não detalhou plano alegando estratégia.
No Rio, o protesto contra a Copa acontece às 16h na Central do Brasil, no Centro, e a ideia de seus organizadores é juntar jovens insatisfeitos e trabalhadores que estão em greve. Rodoviários e professores agendaram para hoje assembleias para decidir se aderem ou não à manifestação.
Membro da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), Thiago Ávila diz que os protestos de hoje serão apenas "um gostinho" do que está por vir e que eventos maiores estão agendados para o início do Mundial. Já o grupo Juntos!, que também articula manifestações, espera contribuir, sozinho, com 10 mil pessoas em todo país.
- A ideia é fazer o maior ato unificado nacional desde junho, provavelmente na casa de centenas de milhares de pessoas no país todo - diz Thiago Aguiar, estudante de Sociologia da USP e membro do Juntos!.
Assim como em São Paulo, a PM do Rio informou que seu planejamento é estratégico e que não fala sobre ele. A corporação reconhece a importância das manifestações, mas diz que, se houver atos de vandalismo, fará detenções. O grupo Habeas Corpus RJ, formado por advogados voluntários, informou via Facebook que estará no Centro hoje.
Em Brasília, os Centros de Comando e Controle, criados para garantir a segurança de eventos relacionados à Copa, informam que estarão em pleno funcionamento e que poderão entrar em ação a qualquer momento. Segundo a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, as forças de segurança do governo federal e dos estados trocam informações sistematicamente e estão prontas. ( Letí Cia Fernandes, Renato Onofre, Tiago Dantas, Silvia Amorim, Gustavo Goulart e Jailton de Carvalho )

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